Escolher os ingredientes – Motor – parte 2

Depois de já me ter decidido pelo motor houve uma revira-volta causada pela oportunidade – a tal que eu disse algures no inicio que foi responsável por algumas das decisões. Por causa de factores que já mencionei algures noutro post, nem sempre as decisões têm origem “científica”; mas tudo bem, é essa a verdadeira natureza da coisa. Mas vamos terminar a história da escolha do motor, que a série já se alonga. O tempo está a ficar melhor e está na altura de se dar inicio a actividades mais práticas!

Escovas do eTek

Escovas…

A certa altura descobri que ainda se vendiam eTeks “re-condicionados” e que havia no Reino Unido quem os vendesse no eBay (importados dos EUA) e decidi arriscar. O eTek é um motor fabricado pela marca americana Briggs&Straton (B&S; famosa por equipamento motorizado de jardim) que comprou à LEMCO licenças para produzir um motor com a tecnologia Lynch. Entretanto a B&S deixou de vender estes motores mas foram produzidos bastantes, segundo dizem, para uma experiência de geração eólica nunca concretizada de onde continuam a ser vendidos como Manta.

B&S eTek

B&S eTek – Tá de costas porque tamos meio zangados um com o outro :p :p

O preço era aproximado ao do ME0708 mas o eTek já estava na Europa e portanto não tinha que passar pela alfândega, além de que é um motor mais leve (9,5Kg vs 12,6Kg do Motenergy) para uma potência um pouco maior (ou, a acreditar na B&S, bastante maior) e talvez maior eficiência (nunca encontrei dados de eficiência para o ME0708).

E agora impõe-se uma história. A ignorância é tramada, e quem não sabe, paga.

Comprei o motor pelo ebay como sendo novo (não sabia que era re-condicionado). O motor chegou e vinha meio sujo, alguns pontos de ferrugem no comutador, algumas pontas do rotor estavam serradas, e num teste que fiz aos rolamentos (rodando o eixo devagar à procura de folgas ou altos/descontinuidades/rugosidades) tinha “um click”; dado o estado da embalagem do motor e de este ter feito a viagem de pernas para o ar porque lhe meteram os rótulos no fundo da caixa, convenci-me que teria ocorrido no tranporte. A 12V aparentava rodar bem, mas com estes problemas… decidi mandar para trás. Reportei os problemas ao vendedor mas ele apenas me disse que aceitava o motor de volta mas não pagava o custo de envio, coisa que eu não aceitei pois o artigo não estava em condições. Acabei por recorrer no PayPal dando como principal razão a o facto de que a descrição do produto dizia que era novo mas na verdade não era. Entretanto na “claim” acordei com ele pagar os portes de volta em troca de um conjunto extra de escovas. Fez-se a transacção, o motor veio e ficou guardado algum tempo. Um dia resolvi testá-lo a 12V mas, azar dos azares, enquanto precisei de o deixar no chão por uns momentos enquanto fui à procura dum cabo, para não riscar o chão deixei-o em cima dumas calças de ganga e o sacana rebolou e aterrou com o eixo no chão. Embora não pareça à partida um grande acidente para um motor destes, o problema é que ele não passou no teste de 12V (vibra bastante) e depois não me senti no direito de reclamar com o vendedor, pois devido ao rebolo (e o tempo passado) não tinha a certeza de o motor já me ter chegado assim.

Já fiz alguma investigação para tentar perceber se este problema do motor é reparável ou não; falarei disso noutro post.

Mas a história não fica por aqui. Mais tarde fiquei a saber a razão dos “cortes” no rotor e a provável razão para o “click” numa certa posição ao rodar o rotor: o mui famoso TóZé do Fúria Verde disse-me que os cortes são uma forma de balanceamento do rotor, e portanto perfeitamente normal; quanto ao click, comecei a reflectir e conclui que era provavelmente causado pelas escovas… ou seja, mais valia ter ficado com o 1º motor :/ . Devia ter removido o suporte das escovas para elas não ficarem ali a fazer e desfazer contacto com o rotor durante a verificação dos rolamentos. Aqui foi “nabice” minha e do vendedor, que pelos vistos também não pesca nada do que vende. Tipico…

Cortes para equilibragem do rotor

Cortes para equilibragem do rotor

Para já decidi continuar com a conversão até ao fim com este motor mesmo que não o consiga reparar, e depois logo se vê.

Já lá dizia um velho sábio: “aprender algo custa-te pelo menos uma de 3 coisas: dinheiro, tempo, ou um pedaço de pele”. Pelo menos esta vez não envolveu pele 🙂

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2 Responses to Escolher os ingredientes – Motor – parte 2

  1. Sérgio Duarte says:

    Não sabia que tinhas por hábito trabalhares a tua conversão em roupa interior. Tirares as calças para que o motor não riscasse o chão não se revelou a melhor das opções. 🙂

    Desconhecia o estado atual do teu motor. Espero que o consigas recuperar e que este incidente não atrase ou encareça em demasia a tua conversão.

    Força com isso!

    Abraço.

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