Batman Returns

Batman Returns” que é como quem diz, a “Morcega Regressa”. Já lá vai quase tanto tempo desde o último post no MaE, quanto o tempo que passou desde o já longínquo ano de 1992, ano do lançamento da célebre obra de Tim Burton.

Isto não é bem como aqueles chocolates que de verão são retirados do mercado mas é quase. Após meses de interregno, está de volta a fotonovela Conversão da Morcega. Espero que ainda se lembrem do ponto em que ficámos, porque eu não, mas também não tem problema, uma vez que neste momento já devo ter perdido os meu 2 fiéis seguidores e escrevo a esta hora exclusivamente para mim.

Esta longa pausa deveu-se exclusivamente à Morcega, claro. À Morcega, à minha teimosia e à paciência dos 2 cromos que já identifiquei em post’s anteriores, os meus amigos Hélder e Nuno que nunca me deixaram de incentivar face às dificuldades que fora encontrando. Acho que já vos disse mas… há Amigos fantásticos, não há?

Na verdade, eu tinha previsto parar a Morcega no final do ano passado – 2016, aproveitando uns dias de férias para uma primeira revisão. À medida que ia queimando uns eletrões, ia compondo uma “Folha de Obra” com pequenas intervenções e melhorias que iria fazer durante a paragem de revisão, mas o que era suposto ser de alguns dias acabou por ser de alguns meses. Hoje, com ela novamente a rolar e cheia de pequenos melhoramentos e até novas funcionalidades, já posso trocar novamente a chave de bocas e o roquete pela pena e a tina de tinta permanente…

Uma personagem de quem até já vos falei aqui, Jack Rickard, defende que um VE não está isento de manutenção e desafia quem pensar o contrário a experimentar a fazer um. Hoje, não podia estar mais de acordo com ele. O facto de tudo sabermos acerca do veículo que “criámos”, contribui para que queiramos efetuar todo o tipo de verificações, introduzir diversas alterações de melhoria ou até aquela outra funcionalidade que seria mesmo ‘cool’ de implementar e que se não fossemos nós a fazer o nosso veículo seria impensável.

Está-se mesmo a ver que a Folha de Obra facilmente atingiu quase uma dúzia de itens:

 


FOLHA DE OBRA – REVISÃO #1

– Substituição da ficha e cablagem dos led’s médio/máximo, por fichas estanques e com fio de maior comprimento para minimizar o stress junto das próprias lâmpadas;

– Alinhamento dos led’s pois estavam demasiado levantados;

Substituição do led mínimo (ainda o original) que entretanto se tinha estragado, por um novo e mais potente;

Novos leds. O maior é o led mínimo da iluminação frontal, os pequenos são leds utilizados no painel de instrumentos

– Refazer as ligações no shunt-meter do computador de bordo (CB). Todos os dispositivos elétricos devem encontrar-se ligados do mesmo lado do shunt, para uma correta medição da energia que flui em ambos os sentidos – descarga por consumo e carga por regeneração. Com esta modificação, ganhei, dito de uma forma simples, maior ‘precisão’ no funcionamento  do CB;

Alteração das ligações no shunt-meter

– Criar uma extensão que possa ser acessível do exterior da Morcega, dos terminais da bateria auxiliar. Esta extensão permitirá, em caso de necessidade, substituir esta bateria por uma outra alimentação suplementar a 12V. Isto poderá tão simplesmente fazer a diferença, entre conseguir ou não pôr a mota a funcionar em caso de falha da bateria auxiliar;

– Criar um concentrador com extensões individuais de cada uma das 23 células, com o objetivo de simplificar a leitura da tensão individual e permitir o carregamento seletivo, caso necessário;

Hub para monitorização das células. Aqui, é agora possível medir ou corrigir seletivamente a carga de uma célula, se necessário

– Substituir a relé dos piscas por uma relé apta a lidar com lâmpadas led, pois a intermitência dos piscas não era a adequada;

Relé dos piscas, própria para lâmpadas led com possibilidade de ajuste da frequência de funcionamento

– Alterar o voltímetro do painel de instrumentos para medir a bateria auxiliar em vez da bateria principal, pois esta já é medida pelo CB, o que seria redundante;

Reprogramação do voltímetro para medição da bateria auxiliar

– Corrigir o módulo do punho regenerativo, pois devido a uma má implementação, ocasionalmente o funcionamento da regeneração provocava um reset ao controlador;

Primeira versão do HRegen – Regenerativa Variável

Desenvolvimento da nova versão do HRegen – módulo da Regenerativa Variável

Circuito final da nova versão do HRegen – Regenerativa Variável

– Introduzir mecanismo de abertura de portão de garagem nos comandos da mota.

Comando de portão, pronto a ser programado e alterado para funcionar “dentro” da Morcega

Shunt ao botão do comando. Este, ao ser energizado, ativa de imediato o botão como se fosse premido

– Personalização do Painel de Instrumentos.

Personalização do novo manómetro de leds de diagnóstico

Novo visual para o manómetro de leds de diagnóstico

Dashboard com novo visual


E assim se enche rapidamente uma “Folha de Obra”, em que 90% dos itens demoram 10% do tempo e 90% do tempo é despendido em 10% dos itens. O que vale é que não pago mão-de-obra, senão na altura da apresentação da conta da Morcega eu respondia… “Vendida!”. Não pago… é como quem diz, só não pago se esquecermos aquela máxima do “tempo é dinheiro”. Está claro que esta revisão rapidamente se transformou num upgrade onde foram despendidas, novamente, largas horas mas o resultado final é brutal, especialmente naquilo que mais se sente que é o novo módulo de controlo de regeneração variável do punho regenerativo, com direito a um próximo post, dedicado a ele exclusivamente.

Já tinha este post praticamente terminado, quando a Morcega furou o pneu traseiro. Não há efetivamente melhor pneu para furar. Felizmente, tratou-se de um furo lento que não me imobilizou na estrada, tendo sido detetado pela manhã quando saía de casa. Para não me atrasar, troquei de burra e o silêncio ensurdecedor foi substituído pelo cagaçal nipónico. Mais tarde, verifiquei que o furo se deveu à cedência de um taco que remendava um antigo furo na banda do pneu. Aqui, podem começar as complicações, caso não se consiga efetuar a reparação sem a remoção da roda/motor. Comecei por tentar a reparação junto de uma oficina, com a substituição do taco antigo por um novo. Na verdade, chegaram a colocar dois tacos e esta solução quase me deixou apeado. Em casa, experimentei usar spray tapa furos, o que me pareceu até ter funcionado mas, por segurança, decidi montar um pneu novo. Aqui, as complicações que atrás começaram agravaram-se agora, pois deparamo-nos com o facto de se ter de remover a roda/motor desligando também a sua cablagem mas o mais difícil de tudo poderá ser arranjar uma oficina que consiga (ou queira!) fazer um trabalho que face às caraterísticas da jante, sai do ‘tradicional’ e, por esse motivo, há oficinas que começam a recusar o trabalho.

Não sei quando farei outra revisão, ou quando terei de fazer qualquer outra intervenção na mota, por isso e até lá, vamos atualizando a Conversão da Morcega no MaE.

Bem hajam, Amigos!

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5 Responses to Batman Returns

  1. Helder Pereira says:

    Ora, ora… estamos de volta!

    Do que me foi possível acompanhar, essa “pequena” revisão tratou de pegar num produto já muito fixe para o transformar num produto excepcional com particularidades que nem motas de grandes marcas têm.
    Agora que a Morcega já dá sossego, não há desculpa, venham mais posts!

    😀

    • Sergio says:

      Sim, particularidades algumas delas até patenteadas noutras marcas mas aqui feitas e customizadas à medida do freguês e é isso que me enche de orgulho! O ser observado nos semáforos, muitas vezes do alto de uma “sete-e-meio” com charuto de alto rendimento e ronco de fumador crónico e pensar… “eu podia andar montado como tu mas… sinto-me assim mais orgulhoso!”. É delicioso. Único!

  2. Nuno says:

    “A-live ‘n quickin’…” 😀
    Não é que vim aqui por acaso, ver como estavam as coisas, e deparo-me com mais um capítulo desta fantástica história :)? O intervalo de tempo foi grande, mas as melhorias também! Gostei muito da personalização, agora começa a ser visível também no exterior que se trata de um veículo único 😉 Não tarda estás a integrar na Morcega o controlo domótico da casa! E continuas a fazer um bom trabalho, tanto com a chave de torque como com a caneta.
    Já sabes que cá estamos para te dar uma mão… Aguardo a próxima obra literária 😀

    • Sergio says:

      Personalização é coisa que realmente não lhe falta. Nem minha, nem tua, nem do Hélder e de facto é bom trabalhar com as costas quentes, com gente como vocês, sempre disposta a dar muito mais do que uma simples mãozinha. Na verdade, adorava poder voltar a fazer algo em grande convosco!

      • Nuno says:

        “Na verdade, adorava poder voltar a fazer algo em grande convosco!”

        Olha, iiiiisso é que era :D!…

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