Então e… porquê?

Porquê? Como Ser racional que somos não podemos deixar de fazer esta pergunta – temos até uma fase da nossa vida que designamos como “a fase dos porquês”, tal é a enxurrada de perguntas que nos vai na cabeça.

Células LiFePO4 (hi tech com 10 anos) em Parquet de Eucalipto (lo tech com 150)

Este projecto obviamente também tem os seus porquês,que não se resumem ao porque é que me meti nisto?; também há por exemplo o porque que é que só fiz isto agora? ou o porque é que gasto tempo a escrever este blog? Alguns dos porquês nunca viremos a saber, mas outros, quem sabe neste artigo…

Mas então porquê, porque raio é que eu me meti nisto? Será que foi…

… porque sou Patriota? Desta vocês não estavam à espera. No Inquérito ao Consumo de Energia no Sector Doméstico em 2010 efectuado pelo INE, podemos ler que “(…) o consumo de energia nos veículos utilizados no transporte individual dos residentes no alojamento representava 50,6% do total (…)”. Todos sabemos que o transporte implica combustíveis fósseis que Portugal tem que importar com elevados custos para o país. Portugal não tem petróleo… mas tem Sol, Vento e Água pa caraças, e a eficiência das centrais de produção de electricidade facilmente é mais do dobro da eficiência dos veículos automóveis. Se não queremos ficar reféns de países estrangeiros, temos que trabalhar arduamente na nossa independência energética (tal como na independência alimentar) e isto quer dizer que só lá vamos se cada um de nós der o seu melhor.

… talvez por razões económicas? Nem vale a pena falar no custo dos combustíveis, que já sabemos. Eu tenho contabilizado mais ou menos o preço da gasolina, e ele sobe e desce mas a tendência é sempre de subir; o aumento começou a acelerar em 2004, e hoje temos gasolina 75% mais cara que nesse ano e ainda por cima parece que estamos a ser gamados pelo câmbio. O custo por Km num veículo eléctrico é bastante mais baixo do que num veículo a combustíveis fósseis, e com o aumento regular a que temos assistido essa diferença tem tendência a aumentar. No meu caso actual, 100 Km ficam-me a quase 12€; com uma RS125e ficar-me-iam a menos de 1€ – nos meus cerca de 14 mil Km por ano, 140€ a eléctrico versus 1680€ a fósseis. Tenho um nome de 2 palavras para isto: diferença significativa.

… porque sou um geek? Antes de mais quero dizer que não me considero um verdadeiro geek: não sou aficionado do Linux (nem do Windows) e já tou enjoado de ouvir falar em StarTrek (além de que nunca me passaria pela cabeça vestir-me como R2D2 ou Chewbacca nem desafiar outros geeks para lutas com sabres de luz – naaahhhh! péssima definição de geek! Um geek tem coisas muito mais interessantes pa fazer…). Este tipo de projecto toca em muitas áreas da tecnologia extremamente interessantes. E se bem que cada uma individualmente esteja já num estado de avanço tecnológico considerável, a mobilidade eléctrica ainda é uma área nova com muita inovação à espera de acontecer. Inventar, desenhar, construir… não há nada melhor para um geek 🙂

… por causa do ambiente? Esta salta muitas vezes como 1ª questão e costuma ser tema de discussões bastante acesas, com estudos a defender qualquer um dos lados (sejam eles quantos forem). Neste momento parece-me ter relativamente pouca importância (afirmação bombástica, kabum!!!…), porque na verdade as outras razões atrás, mais “práticas”, e o caso particular de quem troca um veículo a fósseis por outro a electricidade, acabam por ir na direcção de preservar a Terra. Ou seja, a Terra parece ser poupada, se não como objectivo pelo menos como consequência. No final, acho que o saldo é positivo, mas posso sempre estar enganado!

Ficamos então aqui com apenas algumas das possíveis razões que me levaram a meter nisto. Agora, quais é que foram elas ao certo… é coisa que nunca vos direi 😉

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5 Responses to Então e… porquê?

  1. Nuno says:

    É isso meus Amigos, o prazer de se “re-inventar” um veículo é também um desafio do caraças, mas antes cedo do que tarde; mas acima de tudo, se vos inspirei já valeu a pena ter começado este projecto :). Obrigado

  2. Pedro S.João says:

    Boas questões Nuno! Gostei imenso de ler este teu artigo… inspirou-me! Acima de tudo, que a criatividade aconteça! E nos enriqueça! Estarei sempre atento aos desenvolvimentos deste teu projecto! 😉

    P.S ( a foto e a legenda estão demais!! 🙂 )

  3. Helder Pereira says:

    Porquê que só agora? Porque não há coincidências e certamente algo te levou agora a isso. A unica coisa que se me apraz dizer é… ainda bem que foi agora e não mais tarde 🙂

  4. Eduardo Ferreira says:

    Porquê?
    Porque sim! 🙂 Ou então, porque é um desafio do “caraças”. E tem gente que gosta de desafios. E de os ultrapassar, ainda mais! 😉 É como trabalhar “no arame”. É um desafio!
    Eu adoro particularmente, ver, seguir e se possivel participar, em projectos que obriguem a pensar, equacionar e desenvolver outras atitudes, que à partida estariam fora dos padrões gerais, mas que na realidade fazem parte da forma de estar e de ser de muitos de nós.
    Força nisso. Quero ver!

  5. Sérgio Duarte says:

    O prazer de se “reinventar” um veículo, deve ser único, e tu ir-nos-ás dizer se é assim mesmo. Durante o teu percurso se calhar vais conhecer outros Porquês…

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